A vida de Eduardo desandava. Tudo
o que havia possuído, um dia, tinha sido entregue aos cobradores. Até os móveis
de sua casa. Apesar de tudo, continuava devendo. Sua esposa e filhos passavam
por necessidades.
Mas Eduardo prosseguia
trabalhando, não se cansava nem se desesperava. Ia vendendo seus objetos mais
simples, mas o pão e o remédio para a família não faltavam. Durante doze meses
de privações e sofrimentos, o infeliz chefe de família perseverou lutando.
De certa feita, porém, foi vítima
de torpe calúnia e perdeu o emprego. Procurou outro. Andou, indagou, pediu,
implorou. Nada! Reuniu seus últimos pertences e os vendeu. Mas, fome, seus
filhos não passavam.
Finalmente, tudo se escasseou por
completo. De eminente bancário passou a humilde lenhador. Mas prosseguia
heroicamente. Seus recursos ficavam cada vez mais parcos e as dívidas de novo
aumentavam.
Um dia não suportou mais. Entrou
em seu quarto e, aproveitando a ausência dos familiares, empunhou um revólver e
se matou com um tiro.
Cinco minutos após o tresloucado
gesto, sua esposa entrou em casa gritando de alegria, anunciando a seu esposo a
boa nova, julgando estar o marido meditando, como de costume, no seu quarto.
Chorando de alegria, dizia a mulher, invadindo o lar:
— Querido, nosso filho ganhou
incalculável fortuna numa feliz transação comercial!
Quando abriu a porta do quarto e
viu o trágico quadro, caiu desmaiada.
A narrativa deixa-nos uma grande
lição. A perseverança traz sucessos imprevistos. Não devemos desistir nunca!
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